8 de Março, dia Internacional da Mulher

Oito de março deveria ser mais que um dia no calendário de comemoração, afinal somos a maioria da população. Segundo o IBGE, em teste do Censo 2022, representamos 51,7% da população brasileira, o que corresponde a 111,6 milhões de mulheres. No entanto, a realidade é mais que cruel, de acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública ocorrido em dezembro de 2022.

Nos seis primeiros meses de 2022, batemos o recorde de feminicídios. Cerca de 700 mulheres vítima; uma média
assustadora de 4 mulheres assassinadas, por dia, por um atual ou ex-parceiro. Números que podem ainda serem maiores, pelo fato que nem todos os crimes contra mulheres são registrados como feminicídio.

Segundo o Fórum, os casos de estupro em geral e de vulnerável, tendo como vítima a mulher, no primeiro semestre de 2021, quando comparado a igual período do ano de 2020, aumentou 8,3%, número certamente subnotificado em função da pandemia que dificultou, por exemplo, o acesso aos órgãos para a realização da denúncia, caso de violência sexual, em que há necessidade do exame de corpo de delito. Dentre outras razões o medo, o constrangimento, a humilhação e pelo pior dos motivos, a dependência financeira, além da violência desprezível, aqui diagnosticada, a mulher ainda enfrenta atualmente: abuso moral, assédio sexual, salário desigual, desvalorização do trabalho e
baixa representatividade em cargos de liderança, seja no setor público, seja no privado. Isso tem que mudar, e essa mudança passa, necessariamente, por meio da vontade da sociedade.

Somos o 5o país em feminicídio no mundo. E não mais podemos aceitar “a construção coletiva de pactos que ocultam e silenciam estes crimes, a assim chamada cultura do estupro, somada ao compartilhamento de práticas de masculinidade violentas que perpassem essas ações”, como trazido em dados de violência sexual no País.

Acreditamos no caminho, e este é regido por resistência e expressão. Alargar espaços já conquistados, estes que não foram poucos, mas ainda insuficientes. Mulheres e meninas em campo, lado a lado, com homens e meninos, e muitas iniciativas a serem buscadas de forma a permitir e garantir a continuidade desta trajetória que inacreditavelmente ainda encontra resistências.

Muito por fazer!

 

Profa Guadalupe Dias
Contadora – Mestre em Controladoria pela USP,
Sócia Fundadora da Guadalupe Dias Contadores Associados.
Diretora na Associação de Contadores do Estado de Minas Gerais
CENTRATTO.

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